Nosso bloco na rua

Nosso bloco na rua

 

Por Neuza de Oliveira

 

O verão chegou, aumentando as temperaturas e trazendo o clima de Carnaval. Época de folia, diversidade, agitação e alegria que nós brasileiros amamos, não é mesmo?!

Mas, por incrível que pareça, até no Carnaval, que é a festa popular mais celebrada do País, temos regras a seguir.

É muita gente bonita reunida, os ânimos se agitam, o calor aumenta, a química acontece, e aí? beija ou não beija? Se ela topar, beija! Mas, se ela não topar, o jeito é partir pra outra. Mas nem todo mundo entende assim.

Puxar pelo braço ou cabelo, beijar à força, segurar, insistir, abraçar a força, dar gravata, partir para a grosseria, beber e perder a noção, não é legal! Atitudes como essas são comuns no Carnaval, mas não deixam de caracterizar assédio ou abuso.

Assovios, e comentários do tipo: gostosa, delícia, definitivamente não agradam a todas, aliás, não conheço nenhuma mulher que goste.

É por essas e outras, que venho hoje me manifestar sobre o respeito à mulher neste Carnaval. É de suma importância esclarecer que o corpo da mulher não deixa de ter dona porque é Carnaval. Toda mulher merece respeito, e tem direito de escolha em quaisquer circunstancias.

A intenção não é acabar com a ‘pegação’, é acabar com o assédio. Se você aceita o assédio como normal, se submete à vontade alheia. E assim como a cultura do estupro, a cultura do assédio não pode ser tida como normal, como banal, porque é falta de respeito!

Inclusive, no ano passado, uma propaganda de cerveja divulgada nesta época do ano, que incentivava pessoas a "deixar o não em casa" motivou críticas e foi retirada do mercado, graças à atitude de mulheres que não aceitaram a propaganda de extremo mal gosto como ‘‘apenas publicidade de Carnaval”, em geral, as reclamações indicavam "apologia ao estupro". Se eu ‘‘deixei o não em casa’’, estou a mercê do que quiserem fazer comigo. É inaceitável e lastimável que ainda tenhamos que assistir a este tipo de publicidade nos dias atuais.

Na realidade, investidas sem consentimento não podem ser encaradas como parte do Carnaval, por isso, convido vocês a caírem na folia comigo no Bloco “Respeito à Mulher”. Se você se sentir ofendida, assediada, constrangida de alguma forma por palavras, gestos e atitudes, não se cale! Guarde o maior número de informações que puder e disque 180!

Vamos fazer o mundo se adaptar a uma geração de mulheres que lutam por seus direitos e exigem respeito, mesmo debaixo de serpentina e confete de Carnaval.

 

Data de Publicação: quinta-feira, 05 de janeiro de 2017

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